terça-feira, 14 de julho de 2015

Estrutura Musical

     Estrutura das músicas, e dicas para como começar uma música de forma organizada!

     Quando ouvimos uma música, não estamos ouvindo uma sequencia aleatória de notas, que por acaso formam uma melodia (ou pelo menos na maioria dos casos) - com a exceção das músicas eletrônicas e de músicas consideradas experimentais (como a música aleatória) -, a maioria das músicas tem uma organização, esse "esquema" na qual é criada a música não só auxilia o compositor, mas também o ouvinte que procura - mesmo sem saber - por padrões estéticos na música.



     Não existe uma regra da qual se deve seguir e se manter refém, o compositor opta pela melhor estrutura para o tipo de música que está criando, se pegarmos uma música da MPB vamos ver uma pequena variação no esquema de uma música para outra, se você olhar a música do Sertanejo Universitário perceberá uma similaridade muito grande entre os esquemas das músicas, mas se for ao Rock Alternativo ou ao Rock Progressivo verá uma completa inconstância nesse esquema e quase que um total abandono de padrões estéticos por parte de algumas bandas.

Introdução
Estrofe
Refrão
Ponte
Solo*
Estrofe Instrumental*
Estrofe Transição
Conclusão

(Obs.: * Solo e a Estrofe Instrumental podem ser desconsideradas ou não utilizadas em músicas que são integralmente instrumentais)

     A introdução. A introdução pode ser estritamente instrumental, uma parte de um refrão, ou algo completamente fora da casinha. Por exemplo, “Rocky Racoon” do Beatles começa com uma introdução falada descrevendo o personagem e preparando o terreno para a canção.

     A estrofe. As estrofes constituem maior parte das músicas – ainda que não sejam, necessariamente, os elementos mais importantes. Essa é a parte da exposição, descrevendo uma cena, uma pessoa ou uma emoção. Normalmente, há duas ou três estrofes em sequência com a mesma estrutura musical, o mesmo tipo de rima e métrica poética, mas diferentes palavras. A segunda estrofe enaltece o cenário criado no primeiro, etc. A maioria das canções possui uma versificação reconhecível – a não ser que você leia a letra em sites, nem sempre é possível escutar as palavras sendo ditas.

     O refrão. É aqui em que tudo se encaixa – todas as estrofes serviram para levar ao refrão, que normalmente é a parte onde todos cantam juntos. Pense em “All You Need Is Love”, do Beatles. Você consegue se lembrar dos versos dessa música? Talvez. Você consegue se lembrar do refrão? É fácil! “All ou need is love!”. Porém, por mais importante que o refrão possa parecer, ele não é necessário em todas as músicas. Em “You’re Gonna Make Me Lonesome When You Go”, Dylan coloca uma frase ao final de cada verso (o título), e isso é o que há de mais próximo de um refrão nessa música.

     A ponte. Essa é a parte da canção que muda – ela pode ter seu ritmo alterado, ou volume, ou instrumentação – é um jogo totalmente sem regras. Um bom exemplo que reúne tudo isso é “Better Together” de Jack Johnson. Ele usa a seguinte fórmula: Introdução-Estrofe-Estrofe-Refrão-Pausa-Estrofe-Estrofe-Pausa-Ponte-Pausa-Conclusão.

     O solo. Parte de destaque de muitas músicas, o solo pode ser necessariamente apenas de guitarra como em “Sweet Child O' Mine”, do Guns ‘N Roses, ou pode ser de baixo, teclado, flauta e etc. Geralmente é mantida a melodia trabalhada no refrão durante o solo, mas não significa que todos os solos sejam feitos com base no refrão da música.

     A estrofe instrumental. Totalmente instrumental – como já diz o nome – essa estrofe, que é mais comum em músicas progressivas,  é diferente da introdução e do solo, sendo uma passagem entre estrofes ou substituindo a Ponte. Serve geralmente para criar uma atmosfera para a música, sem a necessidade de uma letra ou parte cantada, um exemplo do uso desse tipo de estrofe pode ser a música “Pull Me Under”, do Dream Theater, que após uma introdução instrumental, entra em uma estrofe instrumental, aos 1:17, a sequencia de Riffs que posteriormente serve como base para a primeira estrofe, pode ser chamada de estrofe instrumental, por ter elementos de uma estrofe mas diferente da primeira estrofe da música, essa não é cantada.

    A estrofe de transição. Este é um recurso mais comum em bandas de Heavy Metal, sua definição é complicada, e muitas vezes podem ser confundidas com uma estrofe ou com a ponte, a melhor maneira de definir a estrofe de transição é um salto dado na música durante a estrofe, sendo esse salto de intensidade, volume ou de tom. Serve para suavizar a mudança da estrofe para o refrão. Logo a estrofe de transição é uma estrofe diferente das demais, mas não tão distinta quanto a Ponte.  

    A conclusão. Para se concluir uma música podemos usar diversas formas, como repetir a Introdução ou Riff inicial, repetir o refrão com um fade-out (efeito que faz com que a música vá abaixando de volume progressivamente até ficar inaudível), ou terminar como um solo utilizando o mesmo efeito de fade-out.

Exemplos de Estruturas Musicais:


Introdução – Estrofe – Estrofe – Refrão – Estrofe – Refrão

Estrofe – Estrofe – Refrão – Estrofe – Estrofe – Refrão – Solo – Ponte – Solo – Refrão – Refrão

Introdução – Estrofe – Estrofe – Estrofe – Refrão – Estrofe – Refrão – Solo – Estrofe – Estrofe – Refrão – Solo – Estrofe – Conclusão (Riff Introdução)

Estrofe – Estrofe – Transição – Transição – Refrão – Solo – Ponte – Refrão – Solo

 Intro – Estrofe – Estrofe – Pausa – Solo – Instrumental – Estrofe

Introdução – Estrofe – Solo – Refrão – Instrumental – Estrofe – Refrão – Refrão

Introdução – Refrão – Estrofe – Refrão – Estrofe – Solo – Estrofe – Refrão

Introdução – Refrão – Estrofe – Refrão – Estrofe – Refrão – Solo – Refrão – Conclusão

Introdução – Estrofe – Estrofe – Transição – Transição – Refrão – Solo – Estrofe – Transição – Refrão – Solo

Introdução – Estrofe – Estrofe – Transição – Ponte/Refrão – Solo – Estrofe – Estrofe – Ponte/Refrão – Solo – Ponte/Refrão – Conclusão

Exemplos da Estrutura Musical em Músicas Instrumentais:


Introdução – Estrofe – Refrão – Estrofe – Ponte – Refrão – Refrão – Conclusão

Introdução – Refrão – Estrofe – Refrão – Ponte – Estrofe – Refrão – Refrão – Conclusão

     Por ser mais complexa, a estrutura musical na música clássica é mais detalhada e por isso um pouco diferente da estrutura da música popular (Rock, Pop, Reagge e etc) não vou detalhar a estrutura clássica, pois seria um texto muito longo e totalmente técnico, o que não é minha intenção.
     Tudo que foi apresentado nesse texto é uma forma de auxilio e não uma regra (diferente da música clássica) para quem deseja compor suas músicas e não sabe por onde começar.
     Alguns termos utilizados no texto não são usados por muitos autores, mas eu os adoto e acredito que eles facilitam na compreensão geral do que se está ouvindo mesmo que você não conheça o gênero.
     


     Para quem deseja começar a compor, sugiro tentar estruturas populares no começo, para que você não se perca na hora de tocar sua música para alguma outra pessoa.

Estruturas Simples Para Compor:


Para tocar com banda: Introdução – Estrofe – Estrofe – Refrão – Solo (Parte Instrumental ou Riff) – Estrofe – Ponte – Refrão – Refrão

Para piano/teclado e voz: Introdução – Estrofe – Refrão – Estrofe – Estrofe – Ponte – Refrão – Refrão

Para músicas rápidas: Introdução – Refrão – Estrofe – Refrão – Estrofe – Ponte – Refrão

Para músicas lentas: Estrofe – Estrofe – Transição – Refrão – Solo – Refrão – Refrão

Estruturas Complexas Para Compor (Todas para tocar com banda):


Solo – Ponte – Estrofe – Estrofe – Ponte – Refrão – Solo – Transição – Ponte – Refrão – Refrão – Solo

Refrão – Solo – Estrofe – Estrofe – Estrofe – Instrumental – Refrão – Solo – Refrão

Introdução – Estrofe – Transição – Ponte – Solo – Ponte – Refrão – Instrumental – Refrão – Estrofe - Conclusão

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